Antonio Barreto
CARYBÉ na misteriosa Bahia dos Orixás
O cinema brasileiro perde um grande nome, o baiano Geraldo Sarno, que fez a passagem ontem, dia 22 de fevereiro de 2022, no Rio de Janeiro.
Este cordel, sugerido pela professora e pesquisadora francesa Sylvie Debs, já estava pronto e prestes a ser lançado.
Meus sentimentos a toda sua família.
Capa, ilustrações e impressão do poeta cearense Klévisson Viana, proprietário da Editora Tupynanquim.
Cordel sobre a cidade de Santa Bárbara
Santa Bárbara, terra santa
De força, de amplidão
Distante do litoral
Abraçada ao sertão
Uma terra promissora
Pois a nossa protetora
Nos estende a sua mão.
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Paisagem de inspiração
Lindas noites de luar
O galo tecendo auroras
O bem-te-vi a cantar
Os vaqueiros aboiando
As nuvens no céu dançando
E as estrelas a brilhar…
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Nossa terra é um lugar
Muito mais que acolhedor
De um povo cordial
Amigável, cuidador
Que recebe o visitante
De uma forma elegante
Com carinho e com amor.
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Cidade do agricultor,
Do operário, fazendeiro
Do doutor, do estudante
Comerciante, vaqueiro
Das mulheres valorosas
Das crianças gloriosas
Povo bom, alvissareiro.
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É terra de sanfoneiros
Cantadores e poetas
Violeiros, sambadores
Dançarinos de serestas…
Uma terra de cultura
Povo alegre, de bravura
Que trabalha e faz festas!
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Santa Bárbara completa
60 anos de história (2021)
Em 14 de dezembro
Um dia cheio glória!
É a terra do requeijão
Engrandecendo o sertão
Nessa bela trajetória.
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Localiza-se ao Nordeste
Do Estado da Bahia
Encravada no sertão
E cercada de magia
Uma terra prazenteira
Micro-região de Feira
A quem pertenceu um dia.
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A cento e quarenta e oito
Quilômetros de Salvador
Encontra-se Santa Bárbara
Nos braços do Criador
Solo fértil do sertão
De bela vegetação
Um oásis, um primor.
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Ela faz a divisória
Com a querida Tanquinho
Santanópolis, Serrinha,
E também ali pertinho
A princesa soberana
Que é Feira de Santana,
Por ela temos carinho.
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Foi no século XVII
Justo segunda metade
Que colonos portugueses
Dão então prioridade.
Aos poucos vão habitando
E assim então criando
A nossa comunidade.
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Tendo seu primeiro nome
Chamado de Freguesia
De Santa Bárbara, assim
O município nascia
Sendo pertencente então
À Princesa do Sertão
Pra depois ter alforria.
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Também fora Santa Bárbara
Da Clariceia, um dia.
Diz o povo uma homenagem,
(Ou quem sabe fantasia)
Às irmãs Bárbara e Clarice
Com lirismo e meiguice
Com louvor e honraria.
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Conforme pesquisadores
Com as suas afirmações
Sabemos que Santa Bárbara
Segue as suas tradições
Pois a Santa é a protetora
E também sossegadora
Dos raios e dos trovões.
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Num passado mais distante
De mercadores, tropeiros…
Era a Vila Pacatu
De viajantes, vaqueiros
Desbravadores valentes
Desses sertões resistentes
Buscando outros roteiros.
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O vocábulo Pacatu
Ainda não encontrado
Talvez faça referência
A um lugar sossegado
Do latim, que é “pacatum”
Lugar tranquilo, comum
Bem pacato, descansado!
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Pra saber nosso passado
Com bastante precisão
Eu indico as pesquisas
Com muita satisfação
De Rita Barreto e Zélia
E da professora Lélia
Sobre a Santa do Sertão.
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Dia 04 de dezembro
Uma data especial
É o dia de Iansã
Santa Bárbara colossal
Padroeira, protetora
Também auxiliadora
De espírito fraternal.
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Para a emancipação
Houve luta singular
Muita gente valorosa
Logo a se articular
Barbarenses atuantes
Corajosos, relutantes
Conforme vou relatar:
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Mário Cunha, Elzon Campos
Nemésio, Tito Cerqueira
Beraldo José de Lima
E também na dianteira
O Francisco Valadares
E outros grandes pilares
Nessa lista de primeira.
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Dorivaldo Cunha, Onésimo
E outros na comitiva:
Pedro Barreto, meu pai
Com sua lembrança viva
Também Carlos Valadares
Barbarenses populares
De grande iniciativa.
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A luta não foi em vão
Nosso sonho era real
Eis que Clodoaldo Campos
Deputado Estadual
Lança então o seu projeto
E logo vem o Decreto
Tendo então o nosso aval.
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O Decreto Federal (1576/61)
De pronto foi aprovado
Em 14 de dezembro (1961)
O pleito consolidado:
Santa Bárbara independente
O povo mais que contente
De Feira, foi libertado!
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Primeiro prefeito eleito
Querido por toda a gente
Foi Francisco Valadares (1962)
Generoso e competente.
Depois dele, outros mais
De valor e de cartaz
Nessa lista aqui presente.
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Depois Antônio Carvalho
Foi o segundo escolhido
Que no fim da sua gestão
Fora substituído
Por Antônio Costa Lima
Que dentro de um bom clima
Teve o seu dever cumprido.
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Seguem então Raildo Freitas;
Nelson Lopes de Menezes
E Antônio Mascarenhas
Eleitos por duas vezes.
E agora vou em frente
Relembrar pra nossa gente
O nome de todos eles.
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Mário Almeida, em Santa Bárbara
Também teve a sua gestão
E Fernando de Fabinho
Prosseguiu nessa missão
Segue Ailton de Oliveira
Nessa lista prazenteira
Dos prefeitos em questão.
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Outros nessa relação
Fábio Cordeiro de Lima;
Jailson Costa dos Santos,
Por quem tenho muita estima.
Nilton Cesar Estrela veio
A somar nesse esteio
De gestores em bom clima.
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E outro da minha estima
Que faz parte dessa lista
O prefeito Edfrâncio
Natural da Boa Vista
O lugar em que nasci
E também onde aprendi
Ser amigo e pacifista.
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Outros prefeitos virão
Para então contribuir
Pela nossa Santa Bárbara
Nas trilhas do seu porvir
Pois a vida aqui na Terra
Ela nunca se encerra,
Não para de evoluir.
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Personagens importantes
De valor e maestria
Cito Carlos Valadares
Político de autarquia
De belíssima oratória
Que de forma provisória
Governou nossa Bahia.
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Cito aqui um grande médico
De grandeza e disciplina
Diretor da Faculdade
Baiana de Medicina
Dr. Fernando São Paulo
Um verdadeiro centauro
Uma alma cristalina.
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Tantos outros barbarenses
Nesse belo carrossel
Escrevendo a sua história
Na ação e no papel
Verdadeiro mutirão
Que não cabe a relação
Apenas em um cordel!
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Adiante, conterrâneos,
Vamos todos passear
Conhecer os povoados
Que agora vou citar
Malhada Nova, Rogante
Boa Vista – apaixonante
Minha terra, meu lugar!
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Água Pequena, Mocambo
São Nicolau, Pindobeira
Formiga, Pedra de Fogo
Mata Grande, Mamoneira…
Vá em frente e confira
Santiago, Sucupira
E a Marreca tão festeira!
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Cedro, Lages, Caraíbas
Sitio das Flores, Rocinha
Campo Limpo, Gravatá
Casa Nova, Malhadinha
Siga em frente, aperte o cinto:
Vamos até Papa-Pinto
Chapada, Tomba, Varginha…
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Curva, Candeal Pequeno
Azeitona, Boqueirão
Borda da Mata, Vassoura
Dunda, Escorial, Matão
Tem o Morro do Urubu
Calunga, Mandacaru
E prossegue a relação:
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Tem Saco do Capitão
Lagedo Grande, Cruzeiro
Candeal, Mocó, Batata
Noventinha, Tabuleiro,
Desterro e Muriçoca
Ariston e Carioca
E prossegue esse roteiro…
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Seguindo o nosso passeio
Penha, Alto do Sobrado
Macaco, Serra, Bambê
Induberaba, Salgado
Dego, Tamburi, Tapera…
Calma gente, me espera,
Tá faltando povoado!
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Além de Lagoa Redonda
Poço, Fazenda Natal
Tiririca, Samambaia
Tanque Novo, Carnaval
Penha Velha, Mariongo…
Vou seguir tocando bombo
E aumentando o cabedal!
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Tapuio, Roça do Mato,
Lagedo do Boqueirão
Saco Barbosa, Milagres
Também Tanque da Nação
E se aparecer mais um
Eu não quero zunzunzum:
Só na proxima edição !
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Nosso município inteiro
Tem bela vegetação
Trezentos e vinte seis
Quilômetros de extensão
Fauna e flora em harmonia
Seja noite ou luz do dia
Embelezando o sertão.
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É rica a vegetação
Tem jurema, umbuzeiro
Capim, caatinga de porco
Umburana, juazeiro
Velame, madacaru
Catingueira, mulungu
Sucupira, cajueiro…
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Nossa pecuária é forte
Na criação de bovinos
E também o criatório
De ovinos e suínos
Além da predominância
E a grande abundância
De muares e caprinos.
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Nossa atividade agrícola
É rica na produção
De laranja, mandioca
Aipim, milho, feijão
Batata doce, caju,
Acerola e umbu
Hortaliças e limão.
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Produtos alimentícios
De grande variedade
Doce de leite, beiju
Manteiga de qualidade
E o nosso requeijão
De famosa tradição
Que ganhou notoriedade!
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A cultura popular
Permanece preservada
Lindro Amor, samba de roda
O reisado, a farinhada
Boi roubado, mutirão
O famoso São João
E também a cavalgada.
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Tem Semana do Folclore
O Bando Anunciador
Queima de Judas, Fanfarra
Tchetchetchê – que é um primor
A Festa da Padroeira
Jirico Bêbo é zueira!
Baba de Saia – humor!
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Terça-feira abençoada
De vendas e confraria
Gente de todo o sertão
E recôncavo da Bahia
Confraternizando a vida
Compra e venda divertida
Com suor e sabedoria.
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É a nossa feira livre
Que chova que faça sol
Lá você vai encontrar
Do travesseiro ao lençol
Da panela à peneira
Do pilão à lixadeira
Da enxada ao anzol,
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Da cebola ao abacate
Da banana ao pimentão
Da batata à abóbora
Da farinha ao feijão
Da laranja ao beiju
Mel de abelha e chuchu
Sem falar do requeijão!
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60 anos de história
É um longo caminhar
De lutas e novidades
Num fraterno partilhar.
Viva Santa Bárbara Santa
Cidade que se agiganta
E não para de avançar.
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Santa Bárbara, dezembro de 2021.