Um Cordel Para Damário da Cruz (In Memoriam)
UM CORDEL PARA DAMÁRIO (In Memoriam)
Autor: Antonio Barreto
Damário da Cruz, poeta
Acaba de viajar
Com destino a uma Estrela
Que não deixa de brilhar.
Ali será o seu ninho
De musas, versos e vinho
No calor do verbo amar.
A saudade desde já
Cobre os mares da Bahia…
E o rio Paraguaçu
Nesse instante silencia,
Reverenciando o vate
Que criou o xeque-mate
Da singela poesia.
Escreveu com maestria
O ofício da paixão
E deixou a luz acesa
Na varanda e no porão
Ensinando a todos nós
Que o ódio é uma foz
Longe do seu coração.
Pai, poeta, amigo, irmão,
Um querubim antenado…
Que, sem apelo e rancor,
Registrou o seu legado.
Sem a lança da maldade,
Partiu deixando saudade
Como um verdadeiro bardo.
Por todo caminho andado,
Damário foi benfeitor.
Seu coração de menino
Não conheceu desamor.
Anjo de luz altaneiro,
Da lisura, um carpinteiro:
Um alquimista do amor.
Seu revólver: uma flor;
A língua: ponderação;
Sua ofensa: o silêncio;
Seus versos: contemplação.
Companhia imperdível,
Um amigo inesquecível:
Um anjo na imensidão…
Salvador, 21/05/2010
Conterrâneo Barreto,
Nobre a vossa homenagem ao homem das palavras cantadas na beira do rio. Eternas são, eternas ficarão.
Abrs.
Helio
Muito lindo Barreto! Muita sensibilidade ao traduzir no jogo das palavras um ser humano como Damário!
Olga
BARRETO,
Parabéns! Na última estrofe desse poema você foi muito feliz ao definir o perfil do nosso grande amigo DAMÁRIO DA CRUZ:
Seu revólver: uma flor;
A língua: ponderação;
Sua ofensa: o silêncio;
Seus versos: contemplação.
Companhia imperdível,
Um amigo inesquecível:
Um anjo na imensidão…